terça-feira, 19 de julho de 2011

Vira-se uma Criança.



O tempo e as decepções me fizeram uma pessoa mais fria, sensata, racional e inteligente (modéstia a parte). Apesar de estar no auge de meus 16 anos, sei que ao contrário de muitas meninas de minha idade, sou muito madura. E sou assim por que a vida me ensinou a ser, sou assim por que já fui deixada em cacos e consegui - sozinha - me remontar. Aprendi com tudo, uma tarefa muito difícil: gostar de quem gosta de você, olhar para quem olha pra você, se entregar à quem se entrega à você, desejar quem te deseja, valorizar quem te valoriza e amar quem te ama. Não foi nenhum pouco fácil aprender, pois doeu, doeu muito - as vezes ainda sinto pontadas de dor, mas foi preciso.



Meu olhos o fitaram quando ele passou, e estava me chamando a atenção. Procurei coçar os olhos, olhar para os lados para ver se estavam todos o olhando daquela forma: atônitos, espantados e esplendorosamente, como nunca um dia ficaram, felizes. Não achei. Então era apenas eu que o olhava daquela forma? Decidida eu lutei, lutei contra todos os meus pensamentos, me censurei ao máximo dizendo: você consegue, vá, respire! E assim, com toda a minha força, consegui respirar (com falhas) e sentar.
Dias passaram-se, e para minha surpresa, nos aproximamos repentinamente. Minha vontade dele, só ia aumentando a cada vez que ele dirigia
sua fala à mim. Sabe, confesso que por alguns instantes eu esquecia de meu aprendizado, esquecia de minha lei: Hey! Ele gosta de você? E em todas as vezes em que lembrava disso, fazia mais força ainda pra conseguir voltar à respiração normal, e conseguia.
A certeza de não estar envolvida, me dava esperança de continuar, me empurrava, me dizia: vá! Pode ir sem medo menina! E eu obedecia sem cogitar. Até que para minha felicidade, o dia da minha resposta (hey! Ele gosta de você?) chegou. Não digo exatamente o que ele me dissera, mas digo que me fez a menina mais sorridente da rua.
Esse foi meu ponto de partida, foi o empurrão para o abismo sem volta, foi o 'não tenha medo, pode ir, você pode se envolver'. E mais uma vez eu obedeci.
Estava tudo tão bem, estava dando tudo certo...Mas, circunstâncias me colocaram medo, e, chorei sem parar, solucei, enlouqueci! Não poderia perde-lo antes mesmo de te-lo, não poderia esquece-lo, estava envolvida a um ponto em que, me magoaria de qualquer forma, incogitavelmente sofreria.


E agora eu entendo que a certeza de hoje, pode ser a incerteza de amanhã. E não adianta nada minha maturidade, pois, quando se ama, você não liga para o que os outros pensam, vira-se uma criança, em qualquer idade. Sabe? Eu ainda não sei o desenrolar dessa história...